Curso de Espanhol e Aulas de Português em Jundiaí

terça-feira, 28 de maio de 2019

Verbos, vozes e sujeito




O que são? Quem é? Qual sua função? Por quê?
Sabemos que o verbo é uma das 10 palavras que compõem o grupo da classe de palavras; é variável e se flexiona de forma bem interessante, veja: - em modo (indicativo, subjuntivo e imperativo); em tempo (passado, presente e futuro); em pessoa (eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas); tem voz (ativa, passiva e reflexiva) e concorda com o sujeito que sofre ou pratica a ação. Vamos analisar passo a passo?
1.0 - Voz verbal
São identificadas através da análise do comportamento do sujeito na oração. E não devemos nos esquecer de que o sujeito junto com predicado faz parte dos termos essenciais das orações, ou seja, o sujeito é quem pratica ou sofre a ação; e o predicado é a ação praticada ou sofrida pelo sujeito.  A voz verbal se divide em três momentos (logo de início): voz ativa, voz passiva e voz reflexiva.
1.1 – Voz ativa: Quando o sujeito pratica a ação (neste caso o verbo de ação, como por exemplo, andar, trabalhar, estudar, subir, sair, falar, comer, prender e afins.) exemplos:
a.      José andou pela escola.
b.      Joana trabalha seis horas por dia.
c.       Paulo estudará até o dia do exame.
d.      A polícia prendeu o assaltante bem depois do crime.

1.2 - Voz passiva: Aqui o que se nota nitidamente é que o sujeito recebe a ação, veja:
a.      O assaltante foi preso pela polícia bem depois do crime.
b.      Seu trabalho foi comentando pelo professor.
Observação:
- Na voz ativa temos a seguinte equação: Sujeito + verbo + objeto
Ou seja, sujeito agente + verbo + complemento verbal
- passiva a equação é essa: Sujeito paciente + verbo auxiliar + verbo principal + objeto.
Ademais, a voz passiva ainda se apresenta na forma analítica e sintética, leia a explicação abaixo:
ü  Voz Analítica - É representada pela estrutura sujeito paciente + verbo ser (auxiliar) + verbo no particípio + preposição + agente da passiva, de acordo com os exemplos abaixo:

a.      Os prazos para a entrega dos projetos foi cumprido.
b.      As inscrições para o concurso foram finalizadas.

ü  Voz Passiva sintética - É representada pela estrutura verbo + se (pronome apassivador) + sujeito (+ agente da passiva), note os exemplos:

a.      Cumpriam-se todos os prazos para a entrega dos projetos.
b.      Finalizaram-se as inscrições para o exame final.




ü  Voz reflexiva: Forma verbal na qual o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, ou seja, pratica e sofre a ação, sozinho ou com outro indivíduo, isto é, Sujeito + verbo + se (complemento verbal). Observe os exemplos da voz reflexiva:
a.      Os dois namorados falaram-se longamente.
b.      A criança machucou-se gravemente no acidente de trem.

E também, devemos observar um detalhe: a voz reflexiva recíproca, sim! A voz reflexiva recíproca denota ação mútua ou correspondida. Ocorre quando o sujeito é composto (quando possui mais de um núcleo, ou seja, mais de um elemento praticando e/ou recebendo a ação) e cada um dos elementos pratica a ação expressa pelo verbo, estando este, geralmente, no plural.
Nesse caso, o pronome oblíquo transmite o sentido de “um ao outro”, trazendo à ação expressa pelo verbo a ideia de reciprocidade que é característica a essa voz, veja:

- E nos encontraremos amanhã, às 19h, em frente à lanchonete com minha prima.
 




Dúvidas, perguntas, maledicências?  Rssss...

·         Sujeito oculto

Então... Sujeito desinencial, implícito, subentendido, ou oculto.
É aquele que não vem expresso na oração, mas pode ser facilmente identificado pela desinência do verbo.
Pode ser identificado das seguintes maneiras:
a.      Através desinência verbal – Como sabemos, o sujeito concorda com o verbo em número e pessoal. Desta forma, podemos deduzir o sujeito não expresso de uma oração pela desinência do verbo, como nos mostram os exemplos abaixo:
- Falou até tarde da noite. (ele/ela)
- Falamos de você ontem. (nós)
- Não fui à aula ontem. (eu)

b.      Através da identificação do sujeito em outra oração no mesmo período ou em um período próximo– Muitas vezes o sujeito não é expresso em uma ou mais orações para o texto não ficar repetitivo. Porém, o sujeito provavelmente é expresso em outras orações do mesmo período ou em períodos próximos àqueles sem sujeito expresso.
- Exemplo: Na aula de ontem, Denise falou, andou, até estudou, mas não fez as tarefas pedidas.



·         - Sujeito inexistente
Quando não podemos apontar ou imaginar um elemento a respeito do qual se afirma ou declara alguma coisa, temos uma oração sem sujeito ou sujeito inexistente. Por exemplo: “Lá faz muito frio” não é possível determinar ou imaginar “alguém” praticando a ação de “fazer muito frio lá”. Outro exemplo: Faz oito meses que ele foi embora.

·         - Sujeito indeterminado
É aquele que, embora existindo, não se pode determinar nem pelo contexto, nem pela terminação do verbo. Na língua portuguesa, há três maneiras diferentes de indeterminar o sujeito de uma oração:

a) Com verbo na 3ª pessoa do plural:
O verbo é colocado na terceira pessoa do plural (eles/elas), sem referir-se a nenhum termo identificado anteriormente (nem em outra oração):
Por exemplo:
- Procuraram José por todos os lugares.
- Estão pedindo sua opinião.

b) Com verbo ativo  na 3ª  pessoa do singular, seguido do pronome se:
O verbo vem acompanhado do pronome se, que atua como índice de indeterminação do sujeito. Essa construção ocorre com verbos que não apresentam complemento direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação). O verbo obrigatoriamente fica na terceira pessoa do singular.
Exemplos:
- Vive-se melhor no campo. (Verbo Intransitivo)
- Precisa-se 
de técnicos em informática. (Verbo Transitivo Indireto)
- No casamento, sempre se fica nervoso. (Verbo de Ligação)
Lembrete:
VTD (verbo transitivo direto = conecta-se diretamente com o objeto da questão sem auxílio de preposição)
VTI (verbo transitivo Indireto = Conecta-se com o objeto com auxílio de uma preposição)
VI (verbo intransitivo = se basta por si próprio - ex. Ontem Ramón faleceu.)

c) Com o verbo no infinitivo impessoal:
Por exemplo:
- Era tranquilo estudar todo aquele livro.
- É bom assistir a estas cenas tão tranquilas.


Lembrete = a partícula “Se”

As construções em que ocorre a partícula “se”, pode apresentar algumas dificuldades quanto à classificação do sujeito. Veja:
a.       
ü  Falou-se o novo aluno.
 Sujeito
ü  Falaram-se dos novos alunos.
 Sujeito
Neste caso, o “se” é uma partícula apassivadora e o verbo está na voz passiva sintética, concordando com o sujeito. E depois, observe a transformação das frases para a voz passiva
- O novo aluno foi aprovado.
     Sujeito
- Os novos alunos foram aprovados.
      Sujeito

b.       
ü  Precisa-se de montador. (Sujeito Indeterminado)
ü  Precisa-se de montadores. (Sujeito Indeterminado)

Agora, neste caso, “se” é índice de indeterminação do sujeito e o verbo está na voz ativa, e, nestes tipos de construções, o sujeito é indeterminado e o verbo fica sempre na 3ª pessoa do singular.